O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está com fase precoce do câncer de pele e passará por acompanhamento clínico para a reavaliação de sua condição. O diagnóstico foi constatado após exames realizados no último domingo (14), de acordo com a equipe médica que fez o atendimento.
O boletim médico divulgado pelo hospital DF Star apontou duas lesões cutâneas com “presença de carcinoma de células escamosas”. Bolsonaro terá que passar por “acompanhamento clínico e reavaliação periódica”.
Segundo o médico Cláudio Birolini, trata-se de uma condição intermediária, que não é a mais leve e nem a mais grave entre os tipos de câncer de pele.
O ex-presidente recebeu alta e deixou o hospital em Brasília após passar a noite no centro médico em decorrência de uma crise de vômito e soluços.
Das oito lesões retiradas da pele do ex-presidente, em duas foi detectado o câncer de pele, uma no braço e outra no tórax. Segundo Birolini, o carcinôma identificado é de nível intermediário, que não é totalmente benigno, nem muito agressivo.
“Uma a gente sabia que não era. As outras sete eram suspeitas para câncer de pele. Dessas, duas vieram positivas para um tipo de tumor que é o carcinoma de células escamosas, que não é nem o mais bonzinho e nem o mais agressivo, é o intermediário, mas que ainda assim é um tipo de câncer de pele que pode ter consequências mais sérias.”
De acordo com Birolini, a retirada de uma lesão in situ, que era o caso de Bolsonaro, é curativa, o que elimina a necessidade de tratamentos adicionais, como quimioterapia. No entanto, o ex-presidente deverá seguir sendo acompanhado pela equipe médica para verificar se novas lesões similares podem aparecer.
As lesões foram identificadas como suspeitas pelo médico em abril, quando esteve internado por uma cirurgia. Segundo Birolini, a retirada ocorreu agora porque foi o momento encontrado pela equipe para isso.
Além do resultado da análise das lesões, Bolsonaro fez uma série de exames que identificaram persistência de anemia e mudanças na função renal. Realizou também ressonância magnética para tentar identificar os motivos por trás de sintoma de tontura, mas o exame não identificou alterações graves.
De acordo com Birolini, os episódios de soluço do ex-presidente ocorrem desde a época em que era deputado, mas podem ter se intensificado como sequela das facadas. As crises de vômito ocorrem quando o soluço se intensifica.
O ex-presidente cumpre prisão domiciliar após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes considerar que ele descumpriu medidas cautelares impostas no inquérito que investiga tentativa de obstrução de Justiça no caso da trama golpista.
Bolsonaro foi condenado na semana passada pelo STF a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.
Aliados citam a saúde como argumento para que ele cumpra pena em casa após condenação por tentativa de golpe de Estado, e, como revelou a Folha, seus advogados pretendem argumentar riscos caso ele seja obrigado a cumprir a pena em um presídio ou na PF (Polícia Federal).
O ex-presidente está em pânico com a possibilidade de ser enviado para uma cela do Complexo Penitenciário da Papuda, segundo aliados. Ele tem medo de passar mal no local e não ter atendimento médico apropriado, ou de ser mal tratado por outros presos com quem eventualmente tenha que conviver.
Aliados do ex-presidente citam a saúde como argumento para que ele cumpra pena em casa após condenação por tentativa de golpe de Estado. Como mostrou a Folha, seus advogados pretendem apontar riscos caso ele seja obrigado a cumprir a pena no presídio da Papuda, em Brasília, ou numa sala da Polícia Federal.
O estado de saúde do ex-presidente é o fator principal analisado por seus advogados em um provável pedido ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que a pena em regime fechado seja cumprida em prisão domiciliar. Aliados e familiares têm dado declarações públicas sobre seu abatimento e estado de fragilidade.
Luany Galdeano, Folhapress