A Polícia Federal prendeu na manhã de hoje (22) o ex-presidente Jair Bolsonaro , por ordem urgente do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi levado para a Superintendência da PF em Brasília, onde reside.
A prisão preventiva — solicitada pela PF e autorizada por Moraes — foi decretada para “garantia da ordem pública”, diante do risco concreto de fuga e da repetição de estratégias associadas à tentativa de golpe pela qual Bolsonaro já foi condenado.
Segundo Moraes, Bolsonaro tentou romper a tornozeleira eletrônica. A violação do equipamento foi registrada às 0h08 deste sábado (22/11) e comunicada imediatamente ao STF. Para o ministro, o episódio evidencia intenção real de fuga. O risco aumentou após a convocação de vigílias feita por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que pediu mobilização permanente em frente à casa do pai.
A PF avaliou que o ato poderia gerar tumulto e facilitar uma evasão, repetindo táticas vistas no entorno do bolsonarismo. Moraes também citou o histórico de tentativas de abrigo em embaixadas — como a ida de Bolsonaro à Embaixada da Hungria em 2024 — e a proximidade de sua casa com o Setor de Embaixadas Sul, a 13 km.
Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto. Ele já foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Moraes determinou que a prisão ocorresse sem algemas e sem exposição pública.
Na PF, Bolsonaro foi levado a uma cela de 12 m², com banheiro privativo, ar condicionado e frigobar. A unidade escolhida — isolada por vias expressas — dificulta a formação de acampamentos.
Referendo do STF: A Primeira Turma fará uma sessão virtual extraordinária na segunda-feira (24/11), das 8h às 20h, para decidir se mantém a prisão. A convocação foi feita por Moraes ao ministro Flávio Dino, presidente da Turma.
A defesa de Bolsonaro tem até 23h59 de segunda-feira (24) para apresentar os segundos embargos, último recurso possível contra sua condenação.
A prisão do ex-presidente abre um fim de semana de tensão máxima no país. A permanência dele na PF dependerá da decisão da Primeira Turma na segunda-feira.