O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), tem ampliado sua influência política e se consolidado como mediador entre o Planalto e o Congresso. Ao atender a um pedido do governo Lula e adiar a votação dos vetos ao novo licenciamento ambiental — que poderia representar uma nova derrota para o Executivo —, ele reforçou seu papel de fiador da governabilidade. O movimento ocorre no momento em que Alcolumbre tenta emplacar o nome de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para o Supremo Tribunal Federal (STF), embora Lula mantenha a prerrogativa da escolha e tenha como favorito o advogado-geral da União, Jorge Messias. A reportagem é do jornal “O Globo”.
Nos bastidores, Alcolumbre tem participado de negociações decisivas sobre o Orçamento de 2026 e buscado reduzir tensões entre os Poderes. Ele se opôs à proposta de anistia ampla aos condenados por atos golpistas e tem dialogado com ministros do STF e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre temas econômicos e fiscais. Sua atuação, segundo aliados, tem sido fundamental para evitar novos impasses políticos e garantir a aprovação de pautas de interesse do governo.
Além disso, o adiamento da análise dos vetos ao projeto de licenciamento ambiental foi estratégico para o Planalto, que teme desgaste político às vésperas da COP30, em Belém. A equipe de articulação tenta costurar um acordo com a bancada ruralista, liderada por Tereza Cristina (PP-MS), para preservar parte dos vetos e evitar que o governo precise acionar o STF. Com isso, Alcolumbre se consolida como uma das figuras mais influentes da cena política nacional, capaz de equilibrar interesses do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.