Deputados e senadores de oposição ao governo, a maior parte deles do PL, sentaram-se às mesas dos plenários da Câmara e do Senado com fitas adesivas na boca para impedir as sessões plenárias ontem na volta dos trabalhos legislativos após o recesso.
Os parlamentares disseram que vão obstruir as sessões até que os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, decidam colocar em votação o projeto que concede anistia aos acusados de golpismo, além do texto do fim do foro privilegiado e o que pede impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Informados por interlocutores sobre o motim, os dois líderes marcaram para hoje uma reunião de líderes para forçar a retomada dos trabalhos legislativos.
Alcolumbre afirmou que o Congresso tem a obrigação de apreciar projetos que são essenciais ao povo brasileiro. Ele pediu ainda “serenidade” e “bom senso”, e chamou a atitude da oposição de “exercício arbitrário das próprias razões, algo inusitado e alheio aos princípios democráticos”. Motta disse que a reunião de líderes vai tratar da pauta da Casa “com base no diálogo e no respeito institucional”.
O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, disse que os parlamentares da oposição vão continuar ocupando as mesas do Senado e da Câmara e que ele só participará da reunião de líderes se for com Motta e Alcolumbre juntos.