Flávio Matos vai para o PL e grupo de Elinaldo vê traição no movimento

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Camaçari vive nos bastidores políticos uma espécie de “terceiro turno” das eleições de 2024. O pano de fundo é o afastamento entre o ex-presidente da Câmara Municipal Flávio Matos e o grupo liderado pelo ex-prefeito Elinaldo Araújo (União Brasil), que o lançou como candidato à sucessão na última disputa municipal. Derrotado por Luiz Caetano (PT), em uma eleição apertadíssima, Flávio agora traça voo solo rumo à Câmara dos Deputados, após deixar o União Brasil e migrar para o PL.

Para o grupo de Elinaldo, a saída de Flávio foi recebida com alívio. Fontes próximas ao ex-prefeito relatam que o clima de desconfiança em torno do ex-vereador já vinha se instalando há meses, praticamente desde o fim da eleição de 2024. “Ele começou a dar sinais claros de que não respeitaria mais os acordos. Agia como se os 70 mil votos fossem mérito exclusivo dele, ignorando o esforço coletivo que sustentou sua candidatura”, afirmou uma liderança que preferiu não se identificar.

Embora Elinaldo tenha sido o principal avalista de Flávio nos últimos anos, a decisão de deixar o União Brasil e romper com o grupo foi vista como traição. “Foi uma verdadeira punhalada nas costas de Elinaldo, que sempre fez tudo por ele”, diz um aliado histórico do ex-prefeito. Integrantes do grupo de Elinaldo dizem que, se dependesse da opinião das principais lideranças, Flávio jamais teria sido alçado à liderança do governo, à presidência da Câmara e, por fim, à candidatura majoritária. Só foi com o aval e articulação de Elinaldo.

Nos bastidores, integrantes do “time azul” relatam que Flávio passou a ter um perfil desagregador, difícil de lidar, após ter sido escolhido candidato a prefeito. Segundo aliados de Elinaldo, as atitudes dele afastaram pessoas importantes do projeto político, como o ex-vereador Junior Borges e o vereador Dilson Magalhães Jr., entre outros, que acabaram migrando para o grupo de Caetano ainda no segundo turno.

Ele teria articulado nos bastidores para retirar lideranças e apoiadores de candidatos a vereador de seu próprio grupo, como Junior e Dílson, para favorecer aliados mais próximos, movimento que gerou desconforto e rachaduras internas. “Essa forma de agir desgastou ainda mais a confiança nele”, diz um ex-aliado. (Política Livre)

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