Em cerimônia de certificação de 300 colaboradores em BIM (Building Information Modelling), na Fieb, na manhã desta segunda-feira (14), o deputado estadual Eduardo Salles (PP), presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa da Bahia, criticou o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, especialmente aqueles oriundos do agronegócio. O parlamentar destacou os danos que a medida pode causar à economia baiana, sobretudo às exportações.
Segundo o parlamentar, “a Bahia sofre muito com esse tarifaço. Na verdade, os produtos no geral que mais são afetados são os produtos do agro. Se a gente pegar e somar todos os produtos do agro, nós chegamos a ter perto de 60% ligado direta ou indiretamente ao agro. Aí eu falo inicialmente do papel e celulose, que representa 25% das exportações baianas, e depois a gente vem efetivamente com as frutas, vem com o café, com o cacau, com diversos derivados, inclusive a questão da borracha que vem da nossa seringueira, também produção agrícola aqui na Bahia. Enfim, o agro da Bahia tem realmente um impacto muito grande. Depois, claro, a indústria petroquímica, que é muito importante para a Bahia”, disse.
Salles demonstrou preocupação com os rumos da política comercial dos EUA e seus efeitos sobre o Brasil. De acordo com ele, é urgente que o governo brasileiro busque caminhos diplomáticos e legais para mitigar os prejuízos à produção nacional.
“Então, eu, como presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa, me preocupo muito com essa situação. Acho que nós temos que encontrar um caminho, um caminho que seja não dar submissão a qualquer argumento que tire a soberania do Estado brasileiro, mas que a gente também encontre um caminho legal que possa se ajustar já que não é um fato isolado com o Brasil, com a Bahia. Nós temos agora a União Europeia também recebendo 30% de taxação e o mundo inteiro alarmado com uma coisa que todos nós vemos do livre comércio mundial, global, da competitividade, da capacidade de cada um de fazer as coisas acontecerem. Agora a gente é surpreendido com uma situação como essa.”
O deputado ainda reforçou que setores estratégicos, como o de frutas, café, cacau e derivados da borracha, terão impacto direto com o novo cenário. Ele também mencionou a dependência dos Estados Unidos de produtos brasileiros, como o suco de laranja e o café, chamando a medida de contraditória.